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10.6.09

ESTATUTO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PIAUÍ

LEI N.º 3.808, DE 16 DE JULHO DE 1981 (Publicada no DOE nº 140, de 29.07.1981)



Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Piauí, e dá outras providências.



O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ,



Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:



Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos policiais–militares do Estado do Piauí.
Art. 2º - A Polícia Militar do Estado do Piauí, subordinada operacionalmente ao Secretário de Justiça e Segurança Pública, é uma instituição permanente, considerada força auxiliar e reserva do Exército, com organização e atribuições definidas em Lei.
Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar, em razão da destinação constitucional da Corporação e em decorrência das Leis vigentes, constituem uma categoria especial dos servidores públicos estaduais e são denominados policiais–militares.
§ 1º - Os policiais–militares encontram-se em uma das seguintes situações:
a) na ativa:
I – os policiais–militares de carreira;
II – os incluídos na Polícia Militar voluntariamente, durante os prazos a que se obrigam a servir;
III – os componentes da reserva remunerada quando convocados; e
IV – os alunos de órgãos de formação de policiais–militares da ativa.
b) na inatividade:
I – na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem remuneração do Estado do Piauí, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação;
II – reformados, quando tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado do Piauí.
§ 2º - Os policiais–militares de carreira são os que no desempenho voluntário e permanente do serviço policial-militar, tem vitaliciedade assegurada.
Art. 4º - O serviço policial–militar consiste no exercício de atividade inerentes à Polícia Militar e compreende todos os encargos na legislação específica e relacionados com a manutenção da ordem pública no Estado do Piauí.
Art. 5º - A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades da Polícia Militar, denominada atividade policial-militar.
§ 1º - A carreira policial-militar é privativa do pessoal da ativa. Inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e obedece à seqüência de graus hierárquicos.
§ 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial da Polícia Militar.
Art. 6º - Os policiais-militares da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador do Estado, desde que haja conveniência para o serviço.
Art. 7º - São equivalentes as expressões "na ativa", “em serviço na ativa”, "em serviço", "em atividade" ou "em atividade policial-militar" conferidas aos policiais-militares no desempenho de cargo, comissão, encargos, incumbência ou missão, serviço ou atividade policial-militar ou considerada de natureza policial-militar, nas organizações policiais-militares, bem como ou em outros órgãos do Estado do Piauí ou na União, quando previsto em lei ou regulamento.
Art. 8º - A condição jurídica dos policiais–militares é definida pelos dispositivos constitucionais que lhe forem aplicáveis1, por este Estatuto e pela legislação que lhe outorgar direitos e prerrogativas e lhes impuser deveres e obrigações.
Art. 9º - O disposto neste Estatuto aplica-se no que couber:
I – aos policiais-militares da reserva remunerada e reformados;
II – aos capelães policiais-militares.

CAPITULO I
DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR

Art. 10 - O ingresso na Polícia Militar fica condicionado à aprovação em concurso público, que poderá ser regionalizado, com exames de conhecimentos, exame psicológico, exame de saúde, exame de aptidão física e investigação social. (Alterado pela LC n° 35, de 06.11.2003)2
§ 1º Após todas as etapas do concurso, os candidatos a serem nomeados farão curso de formação para ingresso. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 2º Os exames de conhecimentos, excetuados os exames práticos, serão classificatórios e habilitatórios, e as demais fases do concurso público terão caráter apenas habilitatório. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 3º Às mulheres serão reservadas até 10% (dez por cento) das vagas oferecidas no concurso público. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 4º O candidato terá o direito de conhecer as razões de sua reprovação em quaisquer fases do concurso, sendo-lhe permitida a apresentação de recursos. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 5º Excetuadas as razões de reprovação no exame psicológico e na investigação social, cuja publicidade será restrita ao candidato, os resultados de cada uma das fases do concurso serão publicados no Diário Oficial do Estado. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 6º A habilitação em quaisquer das etapas do concurso público ou no curso de formação para ingresso não poderá ser aproveitada para provimento de cargo distinto ou para outro concurso. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 7º Durante o prazo de 2 (dois) anos contados da posse, não poderá o militar ser afastado da atividade de policiamento ostensivo nem ser removido, redistribuído ou transferido, exceto nos casos de comprovada necessidade, cabendo exclusivamente, ao Comandante Geral da Polícia Militar a formalização dos respectivos atos. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 8º Não podem participar de comissão, banca de concurso, as pessoas que tiverem cônjuge, companheiro, ou parente consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inscrito no concurso público. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Art. 10-A. O exame de conhecimentos poderá consistir na realização de testes objetivos, dissertativos ou práticos, compreendendo as matérias previstas no edital. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Parágrafo único. Para obter aprovação nesta prova, o candidato deverá alcançar aproveitamento mínimo de 60% (sessenta por cento) no geral e 50% (cinqüenta por cento) em cada uma das matérias ou ser julgado apto no teste prático.
Art. 10-B. O exame psicológico adotará critérios científicos objetivos, sendo vedada a realização de entrevistas. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Parágrafo único. O exame será realizado por meio de representante ou comissão de representantes da instituição contratada para a realização do concurso ou por servidor ou comissão de servidores públicos efetivos e estáveis, com habilitação em psicologia. (NR)
Art. 10-C. O exame de saúde compreenderá os exames médicos e odontológicos previstos no edital do concurso público. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Parágrafo único. O exame de saúde será realizado por meio de representante ou comissão composta de representantes da instituição contratada para a realização do concurso ou por servidor ou comissão de servidores efetivos e estáveis, com habilitação em medicina e odontologia”. (NR)
Art. 10-D. O exame de aptidão física constará de provas atléticas, adequadas ao cargo, conforme previsto no edital. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Parágrafo único. O exame físico será realizado por meio de representante ou comissão composta de representantes da instituição contratada para a realização do concurso ou por servidor ou comissão de servidores efetivos e estáveis, com habilitação em educação física. (NR)
Art. 10-E. A investigação social consistirá na apuração, dentre outros requisitos previstos no edital do concurso, na comprovação da ausência de antecedentes criminais, relativos a crimes cuja punibilidade não esteja extinta e não tenha ocorrido a reabilitação, compreendendo processos na Justiça Comum, na Justiça Federal, na Justiça Federal Militar e Justiça Eleitoral, certidão negativa de antecedente expedida pela Polícia Federal, Polícia Civil e Auditoria Militar e certidão negativa de processo administrativo disciplinar no âmbito da Corporação. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
Parágrafo único. A Certidão de Antecedentes será expedida pelo órgão de distribuição das comarcas onde o candidato haja residido nos últimos 5 (cinco) anos. (NR)
Art. 10-F. O curso de formação para ingresso será realizado pela Academia de Polícia Militar do Estado do Piauí, Batalhões, Companhias Militares ou outras entidades congêneres, observada a seguinte duração mínima: (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
I – Curso de Formação de oficiais: 4.000 (quatro mil) horas-aula;
II – Curso de Formação de Soldados, de Cabos e de Sargentos: 900 (novecentas) horas-aula.
§ 1º A matrícula do candidato no curso de formação para ingresso ficará condicionada:
I – à aprovação nos exames do concurso;
II – ao resultado da investigação social, conforme deliberação da Comissão do Concurso;
III – ter idade mínima de dezoito anos e máxima de trinta anos no período de inscrição para o concurso;
IV – à conclusão do curso de ensino médio.
§ 2º Ao candidato inscrito em curso de formação para ingresso fica assegurado uma bolsa no valor previsto no Anexo Único desta Lei, assegurado o direito de opção entre a remuneração do cargo ocupado e a bolsa para aqueles que forem policiais militares ou servidores públicos do Estado, bem como a revisão da mesma, na data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos militares estaduais.
§ 3º A aprovação no curso de formação para ingresso atenderá ao disposto no regulamento do Órgão de ensino da Polícia Militar e constituirá requisito indispensável para a nomeação no cargo.
§ 4º O candidato inscrito no curso de formação fica sujeito à contribuição previdenciária e ao fundo de saúde.
§ 5º O policial militar deverá ressarcir ao erário estadual o valor percebido a título de bolsa, se no momento da investidura não preencher os requisitos necessários ao desempenho do cargo ou pedir exoneração antes de completar:
a) cinco anos de exercício do cargo, se oficial;
b) dois anos de exercício do cargo, se praça.
Art. 11 – Para a matrícula nos estabelecimentos de ensino policial-militar destinados à formação de oficiais e graduados, além das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade moral, é necessário que o candidato não exerça, nem tenha exercido atividade prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional.
Parágrafo Único – O disposto neste Capítulo aplica-se, também aos candidatos ao ingresso nos Quadros de Oficiais em que é exigido o diploma de estabelecimento de ensino superior reconhecido pelo Governo Federal.
Art. 11-A. Para a investidura nos cargos da polícia militar, além de outros requisitos básicos previstos em lei, serão também exigidos os seguintes: (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
I – permissão para dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação na categoria discriminada no edital do concurso;
II – altura mínima de 1,60 m (um metro e sessenta), para homens, e 1,55 (um metro e cinqüenta e cinco centímetros), para mulheres;
III – aprovação no curso de formação para ingresso.
§ 1º A comprovação de possuir a altura mínima poderá ser exigida na data de inscrição ou em outra data, conforme previsão no edital do concurso.(NR)

CAPÍTULO II
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12 – A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação de autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por posto ou graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antigüidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é substanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo policial-militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º - A disciplina e o respeito à hierárquica devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais-militares da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre policiais-militares da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito da camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art. 14 – Os círculos hierárquicos e escala hierárquica na Polícia Militar são fixados no quadro e parágrafos seguintes:


§ 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado.
§ 2º - Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido por ato do Comandante-Geral da Polícia Militar.
§ 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos-Oficiais PM, são denominados Praças Especiais.
§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros e Qualificações são fixados, separadamente, para cada caso, em Lei de fixação de Efetivo.3
§ 5º - Sempre que o policial-militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mencionando essa situação.
Art. 15 – A precedência entre policiais-militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional em lei ou regulamento.
§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º - No caso de ser igual a antiguidade referida no parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:
a) entre policiais–militares do mesmo Quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o artigo 17;
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior, se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade, recorrer-se-á sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, a data de inclusão e à data de nascimento para definir a precedência e , neste último caso, o mais velho considerado mais antigo;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais-militares, de acordo com o regulamento de respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas letra "a" e "b".
§ 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais-militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os policiais-militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada que as tiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
Art. 16 – A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:
I – Os Aspirantes-a-Oficial PM são hierarquicamente superiores aos demais praças;
II – Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos Subtenentes PM.
Art. 17 – A Polícia Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas pelo Comandante da Corporação.
Art. 18 – Os Alunos-Oficiais são declarados Aspirantes-a-Oficial PM pelo Comandante Geral da Polícia Militar que formar o Oficial PM.

CAPÍTULO III
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES

Art. 19 – Cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por policiais-militares em serviço ativo.
§ 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo é o que se encontra especificado nos Quadros de Organização ou previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições legais.
§ 2º - A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidade que se constituem em obrigações do respectivo titular.
§ 3º - As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação peculiares.
Art. 20 – Os cargos policiais-militares são providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação exigidos para seu desempenho.
Parágrafo Único – O provimento do cargo policial-militar se faz por ato de nomeação, designação ou determinação expressa de autoridade competente.
Art. 21 – O cargo policial-militar é considerado vago a partir de sua criação e até que um policial-militar tome posse ou desde que o momento em que o policial-militar exonerado, dispensado ou que tenha recebido determinação expressa de autoridade competente, o deixe ou até que o outro policial-militar tome posse, de acordo com as normas de provimento previstas no Parágrafo Único do art. 20.
Parágrafo Único – Consideram-se também vagos os cargos policiais-militares cujos ocupantes:
a) tenham falecido;
b) tenham sido considerados extraviados; e
c) tenham sido considerados desertores.
Art. 22 – Função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial-militar.
Art. 23 – Dentro de uma mesma organização policial-militar, a seqüência de substituições bem como as normas, atribuições e responsabilidades relativas, são estabelecidas na legislação específica, respeitadas a precedência e qualificações exigidas para o cargo ou para o exercício da função.
Art. 24 – O policial-militar ocupante do cargo provido em caráter efetivo ou interno, de acordo com o Parágrafo Único do art. 20, faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes ao cargo, conforme previsto em lei.4
Art. 25 – As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza não são catalogadas como posições tituladas em Quadros de Organização ou dispositivo legal são cumpridas como "Encargos", "Incumbência", "Comissão", "Serviços" ou "Atividade", policial-militar ou de natureza policial-militar.
Parágrafo Único – Aplica-se, no que couber, ao Encargo, Incumbência, Comissão, Serviço ou Atividade, policial-militar ou de natureza policial-militar, o disposto neste Capítulo para Cargo Policial Militar.


TÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-MILITARES
SEÇÃO I
DO VALOR POLICIAL-MILITAR

Art. 26 – São manifestações essenciais do valor policial-militar:
I - o sentimento de servir à comunidade, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever policial-militar e pelo integral devotamento à manutenção da ordem pública, mesmo com risco da própria vida;
II - o civismo e o culto das tradições históricas;
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;
IV - o espírito-de-corpo, orgulho do policial-militar pela organização onde serve;
V - o amor a profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e
VI - o aprimoramento técnico-profissional.





SEÇÃO II
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR

Art. 27 – O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e decoro da classe impõe a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética policial-militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couber em decorrência do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e também pelo dos subordinados;
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X - abster-se de tratar, fora do Âmbito apropriado, de matéria sigilosa, relativa à Segurança Nacional;
XI - acatar as autoridades civis;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder da maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial-militar;
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII - abster-se, o policial-militar na inatividade, do uso das designações hierárquica, quando:
a) em atividade político-partidárias;
b) em atividades industrias;
c) em comerciais;
d) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito de assunto políticos ou policiais-militares, excetuando-se os da natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
e) no exercício de funções de natureza não policial-militar, mesmo oficiais.
XIX – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar.
Art. 28 – Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto no parágrafo segundo, é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.
§ 1º - Os policiais-militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações policiais-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º - Os policiais-militares da ativa podem exercer diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.
§ 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos integrantes do Quadro de Saúde, é-lhes permitido o exercício da atividade técnico-profissional, no meio civil, desde que tal prática não prejudiquem5 o serviço.
Art. 29 – O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá determinar aos policiais-militares da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que houver razões relevantes que recomendem tal medida.
CAPÍTULO II
DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Art. 30 – Os deveres policiais-militares emanam de vínculo racionais e morais que ligam o policial-militar à comunidade estadual e à sua segurança, e compreendem, essencialmente:
I - a dedicação integral ao serviço policial-militar e a fidelidade à instituição à que pertence, mesmo com sacrifício da própria vida;
II - o culto aos símbolos nacionais;
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o rigoroso cumprimento das obrigações; e
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.
Art. 31 – Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.
Art. 32 – O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na presença da tropa, tão logo o policial-militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: "Ao ingressar na Polícia Militar do Piauí, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco de própria vida".
§ 1º - O compromisso do Aspirante-Oficial PM será prestado de acordo com o cerimonial constante do regulamento da Academia de Policia Militar, onde for formado. Esse compromisso obedecerá aos seguintes dizeres: "Ao ser declarado Aspirante-a-Oficial da Polícia Militar, assumo o compromisso de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e de me dedicar inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida".
§ 2º - Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial PM prestará o compromisso de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os seguintes dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra prometo cumprir os deveres do Oficial da Polícia Militar do Piauí e dedicar-me inteiramente ao seu serviço".

SEÇÃO II
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 33 – Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o policial-militar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma organização policial-militar. O Comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o policial-militar se define e se caracteriza como chefe.
Parágrafo Único – Aplica-se à Direção e à Chefia da Organização Policial-Militar, no que couber, o estabelecido para o Comando.
Art. 34 – A subordinação não afeta, de modo algum a dignidade pessoal do policial-militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Polícia Militar.
Art. 35 – O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do Comando, da Chefia e da Direção das Organizações Policiais-Militares.
Art. 36 – Os subtenentes e sargentos auxiliam e completam as atividades dos Oficiais, quer no adestramento da tropa e no emprego dos meios, quer na instrução e na administração, bem como no comando de frações de tropa, mesmo agindo isoladamente, nas atividades de policiamento ostensivo peculiares à Polícia Militar.
Parágrafo Único – No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de elementos subordinados os subtenentes e sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional e técnica incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a manutenção, da coesão e do moral das mesmas praças em todas as circunstâncias.
Art. 37 – Os cabos e soldados são, essencialmente, os elementos de execução.
Art. 38 – Às praças especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profissional.
Art. 39 – Cabe ao policial-militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.

CAPÍTULO III
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES

Art. 40 – A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime, contravenção penal ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação peculiares.
§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial-militar é tão mais grave quando mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.
§ 2º- No concurso de crime militar e de contravenção penal ou transgressão disciplinar será aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 41 – A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos ou a falta de exação no cumprimento dos mesmos acarreta para o policial-militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica.
Parágrafo Único – A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, poderá concluir pela incompatibilidade do policial militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes.
Art. 42 – O Policial-militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo ou demonstrar incapacidade no exercício das funções policiais-militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1º - São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:
a) o Governador do Estado do Piauí;
b) o Comandante-Geral da Polícia Militar; e
c) os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação da Corporação.
§ 2º - O policial-militar afastado do cargo, nas condições, mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer função policial-militar, até a solução final do processo ou das providências legais que couberem no caso.
Art. 43 – São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores, quanto às de caráter reivindicatória.

SEÇÃO I
DOS CRIMES MILITARES

Art. 44 – Os Conselhos de Justiça, em 1ª instância são competentes para processar e julgar os policiais-militares, nos crimes definidos em lei como militares6.
Art. 45 – Aplicam-se aos policiais-militares, no que couber, as disposições estabelecidas no Código Penal Militar.

SEÇÃO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 46 – O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar7 especificará e classificará as transgressões e estabelecerá as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento policial-militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.
§ 1º - As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem ultrapassar de trinta dias.
§ 2º - Ao Aluno-Oficial PM aplicam-se também as disposições disciplinares previstas no estabelecimento de ensino onde estiver matriculado.

SEÇÃO III
DOS CONSELHOS DE JUSTIFICAÇÃO E DISCIPLINA

Art. 47 – O Oficial presumivelmente incapaz de permanecer como policial-militar da ativa será submetido a Conselho de Justificação na forma da legislação específica.
§ 1º - O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas funções automaticamente ou a critério do Comandante-Geral da Polícia Militar, conforme estabelecido em Lei específica8.
§ 2º - Compete ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, julgar em única instância os processo oriundos dos Conselhos de Justificação, na forma estabelecida em Lei específica.
§ 3º - O Conselho de Justificação também poderá ser aplicado aos oficiais reformados e na reserva remunerada.
Art. 48 – O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapaz de permanecer como policiais-militares da ativa serão submetidos a Conselho de Disciplina, na forma da legislação específica9.
§ 1º - O Aspirante-a-Oficial PM e as praças com estabilidade assegurada, ao serem submetidos a Conselho de Disciplina, serão afastados das atividades que estiverem exercendo.
§ 2º - Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar julgar processos oriundos do Conselho de Disciplina convocados no âmbito da Corporação.
§ 3º - O Conselho de Disciplina também poderá ser aplicado as praças reformadas e na reserva remunerada.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS–MLITARES
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS

Art. 49 – São direitos dos policiais-militares:
I - garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando Oficial;
II – (Revogado pela Lei nº 5.210, de 19.09.2001)
III - nas condições e nas limitações imposta na legislação e regulamentação específica:
a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) anos ou mais anos de tempo de efetivo serviço;
b) uso das designações hierárquicas;
c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;
d) percepção de remuneração;
e) outros direitos previstos na lei específica que trata da remuneração dos policiais-militares do Estado do Piauí;
f) a constituição de pensão policial-militar;
g) a promoção;
h) a transferência para a reserva remunerada, a pedido, ou a reforma;
i) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;
j) a demissão e o licenciamento voluntário;
l) o porte de arma, quando Oficial, em serviço ativo ou em inatividade, salvo aqueles em inatividade por alienação mental ou condenação por crimes contra a Segurança Nacional ou por atividades que desaconselham aquele porte; e
m) porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas pela Polícia Militar.
Parágrafo Único – (Revogado pela Lei nº 5.210, de 19.09.2001)
Art. 50 – O policial-militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico, poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo legislação vigente na Corporação.
§ 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra da composição de Quadro de Acesso;
b) em 120 (cento e vinte) dias corridos, nos demais casos.
§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º - O policial-militar da ativa que, nos casos cabíveis, se dirigir ao Poder Judiciário, deverá participar, antecipadamente, esta iniciativa à autoridade a qual estiver subordinado.
Art. 51 – Os policiais-militares são alistáveis como eleitores na forma do que estabelece a Constituição Federal.
Parágrafo Único: Os policiais militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes condições:
a) o policial-militar que tiver menos de 05 (cinco) anos de efetivo serviço será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo, mediante demissão ou licenciamento "ex-ofício";
b) o policial-militar em atividade, com 05 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço, ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporariamente, do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular. Se eleito, será no ato da diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que faz jus, em função de seu tempo de serviço.
SEÇÃO I
DA REMUNERAÇÃO

Art. 52 – A remuneração dos policiais-militares compreendem vencimentos ou proventos, indenização e outros direitos e é devida em base estabelecidas em lei peculiar.10
§ 1º - Os policiais-militares na ativa percebem remuneração constituídas pelas seguintes parcelas:
a) mensalmente:
I - vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;
II - indenizações.
b) eventualmente, outras indenizações.
§ 2º - Os policiais-militares em inatividade percebem:
a) mensalmente: proventos;
b) eventualmente: auxílio – invalidez.
§ 3º - Os policiais-militares receberão salário-família de conformidade com a lei que o rege.
Art. 53 – O auxílio-invalidez, atendidas as condições estipuladas em lei peculiar que trata da remuneração dos policiais-militares, será concedido ao policial-militar, que, quando em serviço ativo, tenha sido ou venha a ser reformado por incapacidade definitiva e considerado inválido, total e permanentemente, para qualquer trabalho, não podendo prover os meios de subsistência.
Art. 54 – O soldo é irredutível e não será sujeito a penhora seqüestro ou arresto, exceto nos casos previstos em lei.
Art. 55 – Para efeito de montepio e outros fundos, o valor do soldo é igual para o policial-militar da ativa, da reserva remunerada ou reformado, de um mesmo grau hierárquico, ressalvado o disposto no inciso II, do artigo 49.
Art. 56 – É proibido acumular remuneração de inatividade.
Parágrafo Único – O disposto neste artigo, não se aplica aos policiais-militares da reserva remunerada e aos reformados, quanto ao exercício do mandado eletivo, quanto ao de função de magistério ou cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de serviços técnicos ou especializados.
Art. 57 – Os proventos da inatividade serão previstos sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos policiais-militares em serviço ativo, na percentagem concedida.
Parágrafo Único – Ressalvados os casos, previstos em lei, os proventos de inatividade não poderão exceder a remuneração percebida pelo policial-militar da ativa no posto ou na graduação correspondente aos dos seus proventos.

SEÇÃO II
DA PROMOÇÃO

Art. 58 – O acesso na hierarquia policial-militar é seletiva, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de oficiais e de praças11, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os policiais-militares a que esses dispositivos se referem.
§ 1º - O planejamento da carreira dos oficiais e praças, obedecidas as disposições da legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do Comandante- Geral da Polícia Militar.
§ 2º - A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos policiais-militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.
Art. 59 – As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade e merecimento ou, ainda, por bravura e post-mortem.12
§ 1º - Em casos extraordinários, poderá haver promoção em ressarcimento de preterição.
§ 2º - A promoção de policiais-militares feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo o princípio de antiguidade, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido na época devida.
Art. 60 – Não haverá promoção de policial-militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou por ocasião de sua reforma.

SEÇÃO III
DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO

Art. 61 – Ao policial-militar será concedido obrigatoriamente, 30 (trinta) dias consecutivos de férias, observado o plano elaborado pela sua Organização Policial-Militar.
§ 1º - Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar a regulamentação da concessão das férias anuais.
§ 2º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, por punição decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que estejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 3º - Somente em casos de interesse de Segurança Nacional, de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço ou de transferência para a inatividade, o Comandante-Geral poderá interromper ou deixar de conceder na época prevista, o período de férias a que tiverem direito, registrando-se então o fato em seus assentamentos.
§ 4º - Na impossibilidade absoluta do gozo de férias no ano seguinte ou no caso de sua interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozado será computado dia-a-dia, pelo dobro, no momento da passagem do policial-militar para inatividade e somente para esse fim.
Art. 62 – Os policiais-militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as disposições legais e regulamentares, por motivo de :
I - núpcias: 08 (oito) dias;
II - luto: 08 (oito) dias;
III - instalação: até 10 (dez) dias;
VI - trânsito: até 30 (trinta) dias.
Parágrafo Único – O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido, no primeiro caso, se solicitado por anteposição, à data do evento e, no segundo caso, tão logo a autoridade a que estiver subordinado o policial-militar tenha conhecimento do óbito.
Art. 63 – As férias e os outros afastamentos mencionados nesta Seção são concedidos com a remuneração prevista na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos efeitos legais.

SEÇÃO VI
DAS LICENÇAS

Art. 64 – Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao policial-militar, obedecidas as disposições legais e regulamentares.
§ 1º - A licença poder ser:
a) especial;
b) para tratar de interesse particular;
c) para tratamento de saúde de pessoa da família;
d) para tratamento de saúde própria.
§ 2º - A remuneração do policial-militar, quando no gozo de qualquer das licenças constantes do parágrafo anterior, é regulada em legislação peculiar.
Art. 65 – A licença especial é a autorização para afastamento total do serviço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo serviço prestado, concedida ao policial-militar que a requerer, sem que implique em qualquer restrição para a sua carreira.
§ 1º - A licença especial tem a duração de 06 (seis) meses, a ser gozado de uma só vez, podendo ser parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) meses por ano civil, quando solicitado pelo interessado e julgado conveniente pelo Comandante – Geral da Corporação.
§ 2º - O período de licença especial não interrompe a contagem do tempo de efetivo serviço.
§ 3º - Os períodos de licença especial não gozados pelo policial-militar são computados em dobro para fins exclusivos da contagem de tempo para a passagem para a inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais.
§ 4º - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de serviços, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 5º - Uma vez concedida a licença especial, o policial-militar será exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar.
§ 6º - A concessão da licença especial é regulada pelo Comandante-Geral da Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.
Art. 66 – A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço, concedida ao policial-militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requerer com aquela finalidade.
§ 1º - A licença será sempre concedida com prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
§ 2º - A concessão de licença para tratar de interesse particular é regulada pelo Comandante-Geral da Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.
Art. 67 – As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º - A interrupção da licença especial ou de licença para tratar de interesse particular poderá ocorrer:
a) em caso de mobilização e estado de guerra;
b) em caso de decretação de estado de sítio;
c) para cumprimento de sentença que importe em restrição de liberdade individual;
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme for regulamentado pelo Comandante-Geral da Polícia Militar; e
e) em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação em inquérito policial-militar, a juízo da autoridade que efetivar a pronúncia ou a indiciação.
§ 2º - A interrupção da licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para de cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regulada na legislação da Polícia Militar.


CAPÍTULO II
DAS PRERROGATIVAS

Art. 68 – As prerrogativas dos policiais-militares são constituídas pelas honras, dignidade e distinção devidas aos graus hierárquicos e cargos.
Parágrafo Único – São prerrogativas dos policiais-militares:
a) uso de títulos, uniforme, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares da Polícia Militar, correspondentes ao posto ou à graduação;
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhe sejam asseguradas em leis ou regulamentos;
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização policial-militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha precedência sobre o preso ou detido; e
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares.
Art. 69 – Somente em caso de flagrante delito, o policial-militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta, obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial-militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 1º - Cabe ao Comandante-Geral da Polícia Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial-militar que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer policial-militar ou não lhe der o tratamento devido ao posto ou à sua graduação.
§ 2º - Se, durante o processo em julgamento no foro comum, houver perigo de vida para qualquer preso policial-militar, o Comandante-Geral da Polícia Militar providenciará os entendimentos com a autoridade judiciária visando à guarda dos pretórios ou tribunais por força policial-militar.
Art. 70 – Os policiais-militares da ativa, no exercício de funções policiais-militares são dispensados do serviço de júri na justiça civil e do serviço na justiça eleitoral.

SEÇÃO ÚNICA
DO USO DOS UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR

Art. 71 – Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos dos policiais-militares e representam o símbolo da autoridade policial-militar com as prerrogativas que lhe são inerentes.
Parágrafo Único – Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a eles não tiver direito.
Art. 72 – O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como modelos, descrição, composição, peças, acessórios e outras disposições são estabelecidas na regulamentação peculiar da Polícia Militar.
§ 1º - É proibido ao policial-militar o uso de uniformes:
a) em reuniões, programas ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;
b) na inatividade, salvo para comparecer a solenidade militar e policiais-militares, e, quando autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou atos sociais solenes de caráter particular;
c) no estrangeiro, quando em atividade não relacionadas com a missão do policial-militar, salvo quando expressamente determinado ou autorizado.
§ 2º - Os policiais-militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar.
Art. 73 – O policial-militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e aos distintivos, emblemas ou às insígnias que ostente.
Art. 74 – É vedado ao qualquer elemento civil ou organizações civis usar uniforme ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.
Parágrafo Único – São responsáveis pela infração das disposições deste artigo os diretores ou chefes de repartições, organizações de qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas e institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
CAPÍTULO I
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
SEÇÃO I
DA AGREGAÇÃO

Art. 75 – A agregação é a situação na qual o policial-militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica, do seu quadro nela permanecendo sem número.
§ 1º - O policial-militar deve ser agregado quando:
a) for nomeado para cargo policial-militar ou considerado de natureza policial-militar estabelecida em lei ou decreto, não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar;
b) aguardar transferência "ex–ofício" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivam; e
c) for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
I - ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento;
II - ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
III - haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
IV - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para tratar de interesse particular;
V - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
VI - ter sido considerado oficialmente extraviado;
VII - haver sido esgotado prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se oficial ou praça com estabilidade assegurada;
VIII - como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar;
IX - se ver processar, após fiar exclusivamente à disposição da justiça comum;
X - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos sujeito a processo no foro militar;
XI - ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 06 (seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;
XII - ter passado à disposição da Secretaria do Governo ou de outros órgãos do Estado do Piauí, da União, dos demais Estados ou dos Territórios e dos Municípios, para exercer função de natureza civil;
XIII - ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
XIV - ter-se candidatado a cargo eletivo desde que conte 05 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço;
XV - ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar.
§ 2º - O policial-militar agregado de conformidade com as alíneas "a" e "b" do § 1º, continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.
§ 3º - A agregação do policial-militar, a que se refere a alínea "a" e os itens XII e XIII da letra "c" do § 1º, é contada a partir da data de posse do novo cargo até o regresso à Corporação ou transferência "ex-ofício" para a reserva remunerada.
§ 4º - A agregação do policial-militar, a que se refere os itens I, III, IV, V e X, da alínea "c" do § 1º, é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar o respectivo evento.
§ 5º - A agregação do policial-militar, a que se referem a alínea "b" e item II, VI, VII, VIII, IX e XV, da alínea "c" do § 1º, é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo evento.
§ 6º - A agregação do policial-militar, que se refere o item XIV da alínea "c" do § 1º, é contada a partir da data do registro como candidato até sua diplomação ou seu regresso à Corporação, se não houver sido eleito.
§ 7º - O policial-militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros policiais-militares e autoridades civis, salvo quando titular do cargo quer lhe dê precedência funcional sobre outros policiais-militares mais graduados ou mais antigos.
§ 8º - Este artigo não será aplicado para os policiais-militares nomeados para o Gabinete Militar do Governador do Estado.
Art. 76 – O policial-militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à organização policial-militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura "Ag" e anotações esclarecedoras de sua situação.
Art. 77 – A agregação se faz por ato do Governador do Estado do Piauí.

SEÇÃO II
DA REVERSÃO

Art. 78 – Reversão é o ato pelo qual o policial-militar agregado retorna ao respectivo quadro tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica, na 1ª vaga que ocorrer.
Parágrafo Único – A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do policial-militar agregado, exceto nos casos previstos nos incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e XV, da alínea "c" do § 1º do art. 75.
Art. 79 – A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado do Piauí.



SEÇÃO III
DO EXCEDENTE

Art. 80 – Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o policial-militar que:
I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro, estando este com seu efetivo completo;
II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica após haver sido transferido de quadro, estando o mesmo com seu efetivo completo;
III - é promovido por bravura, sem haver vaga;
VI - é promovido indevidamente;
V - sendo mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu quadro, em virtude de promoção de outro policial-militar em ressarcimento de preterição; e
VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro, estando este com seu efetivo completo.
§ 1º - O policial-militar quando excedente, salvo indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa em antigüidade, que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura "Excd" e receberá o número que lhe competir em conseqüência da primeira vaga que se verificar.
§ 2º - O policial-militar quando excedente, é considerado como em efetivo serviço para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais em igualdade de condições e sem nenhuma restrição a qualquer cargo policial-militar, bem como à promoção.
§ 3º - O policial-militar promovido por bravura, sem vaga, ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o princípio de promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
§ 4º - O policial-militar promovido indevidamente só contará antigüidade e receberá o número que lhe competir na escala hierárquica, quando a vaga que deverá preencher corresponder ao princípio pelo qual deveria ter sido promovido desde que satisfaça os requisitos à promoção.

SEÇÃO IV
DO AUSENTE E DO DESERTOR

Art. 81 – É considerado ausente o policial-militar que por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas:
I – deixar de comparecer à sua Organização Policial Militar sem comunicar qualquer motivo de impedimento; e
II – ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-militar onde serve ou local onde deve permanecer.
Parágrafo Único – Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação específica.13
Art. 82 – O policial-militar é considerado desertor nos casos previstos na Legislação Penal Militar.






SEÇÃO V
DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 83 – É considerado desaparecido o policial-militar da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 08 (oito) dias.
Parágrafo Único – A situação de desaparecimento só será considerado quando não houver indício de deserção.
Art. 84 – O policial-militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, será oficialmente considerado extraviado.

CAPÍTULO II
DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Art. 85 – O desligamento ou a exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em conseqüência de:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda de posto e patente;
V - licenciamento;
VI - exclusão a bem da disciplina;
VII - deserção;
VIII - falecimento; e
IX -extravio.
Parágrafo Único – O desligamento de serviço ativo só ocorrerá após a expedição de ato de autoridade competente.
Art. 86 – A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o policial-militar da indenização dos prejuízos causados à Fazenda do Estado ou a terceiro, nem ao pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.
Art. 87 – O policial-militar da ativa, enquadrado em um dos itens I, II e V, do art. 85, ou demissionário a pedido, continuará no exercício de suas funções até ser desligado da Organização Policial Militar em que serve.
Parágrafo Único – O desligamento da Organização Policial-militar em que serve deverá ser feito após a publicação em Diário Oficial ou Boletim da Corporação do ato correspondente, e não poderá exceder de 45 (quarenta e cinco) dias da data da primeira publicação oficial.

SEÇÃO I
DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

Art. 88 – A passagem do policial-militar à situação de inatividade mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido;
II - em condições especiais; e
III - "ex-ofício".
Art. 89 – A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante requerimento, ao policial-militar que conte, no mínimo, 30 (trinta) anos de serviços.
§ 1º - No caso do policial-militar haver realizado qualquer curso ou estágio de duração superior a 06 (seis) meses, por conta do Estado do Piauí, no Exterior, sem haver decorrido 03 (três) anos de seu término, a transferência par a reserva remunerada, só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do diante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos.
§ 2º - Não será concedida transferência para a reserva remunerada, a pedido, ao policial-militar que:
a) estiver respondendo inquérito ou processo em qualquer jurisdição; e
b) estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
Art. 90 – A transferência para a reserva remunerada, em condições especiais, será concedida, a pedido, ao Oficial que conte ou venha a contar mais de 30 (trinta) anos de serviço e mais de 5 (cinco) anos no penúltimo posto de seu Quadro.
§ 1º - O Oficial que preencher estas condições será promovido ao posto imediato, independente de calendário de promoções, não ocupará vaga e será automaticamente, agregado, ficando à disposição do Gabinete do Comandante Geral.
§ 2º - O Oficial agregado nas condições do parágrafo anterior, assim permanecerá no prazo de 90 (noventa) dias, findo o qual será transferido "ex-ofício" para a reserva remunerada, se já não o houver requerido.
§ 3º - A transferência para a reserva remunerada do Oficial enquadrado nas disposições deste artigo, será efetivada com os proventos de seu próprio posto, aumentado de 20% (vinte por cento).
Art. 91 – A transferência "ex-ofício" para a reserva remunerada, verificar–se-á sempre que o policial-militar incidir nos seguintes casos:14
I - Atingir as seguintes idades – limites: (Alterado pela LC n° 27, de 30.05.2003)15
a) no Quadro de Oficiais Policiais-militares (QOPM), Quadro de Oficiais Bombeiros – Militares (QOBM), no Quadro de Saúde (QS):

POSTOS IDADES
Coronel PM 59 anos
Tenente Coronel PM 58 anos
Major PM 56 anos
Capitão PM e Oficiais Subalternos PM 55 anos

b) nos Quadros de Oficiais de Administração (QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE):

POSTOS IDADES
Capitão PM 58 anos
Primeiro Tenente PM 56 anos
Segundo Tenente PM 54 anos


c) para as praças:

GRADUAÇÃO IDADES
Subtenente PM 56 anos
Primeiro Sargento PM 55 anos
Segundo Sargento PM 55 anos
Terceiro Sargento PM 54 anos
Cabo PM 54 anos
Soldado PM 54 anos

II - ter ultrapassado ou vier a ultrapassar: 16
a) o oficial superior: 08 (oito) anos de permanência no posto, quando este for o último da hierárquica de seu Quadro:17
b) o oficial intermediário: 06 (seis) anos de permanência no posto, quando este for o último da hierárquica de seu Quadro;
III - ser oficial considerado não habilitado para o acesso, em caráter definitivo, no momento em que vier ser objeto de apreciação para ingresso em Quadro de Acesso;
IV - ultrapassar 02 (dois) anos, contínuos ou não, em licença para tratar de interesse particular;
V - ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família.
VI - ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento, contínuo ou não, agregado em virtude de ter sido empossado em cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
VII - ser diplomado em cargo eletivo, desde que conte 05 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço;
VIII - após 03 (três) indicações para freqüentar os Cursos: Superior de Polícia; de Aperfeiçoamento de Oficiais ou de Aperfeiçoamento de Sargentos. A transferência para a reserva remunerada dar-se-á após a 3ª indicação, mediante parecer da Comissão de Promoções e de decisão do Comandante- Geral.
§ 1º - A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o policial-militar for enquadrado em um item deste artigo.
§ 2º - A nomeação do policial-militar para os cargos de que trata o item VI, somente poderá ser feita;
a) pela autoridade federal competente;
b) pelo Governador do Estado ou mediante sua autorização, nos demais casos.
§ 3º - Ao policial-militar enquanto permanecer no cargo de que trata o item VI:
a) ser-lhe-á assegurado a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou de graduação;
b) somente poderá ser promovido por antigüidade;
c) ser-lhe-á contado o tempo de serviço para efeito da promoção por antigüidade ou transferência para a inatividade.
§ 4º - O policial-militar transferido "ex-ofício" para a reserva remunerada por incidir nos itens I e II deste artigo terá os seus proventos calculados tomando-se por base o soldo integral do seu posto ou graduação.
Art. 92 – A transferência do policial-militar para a reserva remunerada poderá ser suspensa na vigência do estado de guerra, estado de sítio ou em caso de mobilização.
Art. 93 – O oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do Governador do Estado para compor Conselho de Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial Militar ou incumbido de outros procedimentos administrativos, na falta de oficial da ativa em situação hierárquica compatível com a do oficial envolvido.
§ 1º - O oficial convocado nos termos deste artigo, terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção a que não concorrerá, e contará como acréscimo esse tempo de serviço.
§ 2º A convocação de que trata este artigo dependerá da anuência do convocado, precedida de inspeção de saúde, não podendo ser superior a 12 (doze) meses.

SEÇÃO II
DA REFORMA

Art. 94 – A passagem do policial-militar à situação de inatividade, mediante reforma, se efetua "ex–ofício".
Art. 95 – A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao policial-militar que:
I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada:
a) para Oficiais Superiores, 64 anos;
b) para Capitão e Oficiais Subalternos, 60 anos;
c) para praças, 56 anos.
II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Polícia Militar;
III - estiver agregado por mais de 02 (dois) anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante homologação da Junta de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável;
IV - for condenado à pena de reforma, prevista no Código Penal Militar, por sentença passada em julgado;
V - sendo Oficial, tiver sido determinado por decisão transitado em julgado;
VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM e Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado ao Comandante-Geral da Polícia Militar, em julgamento de Conselho de Disciplina.
Parágrafo Único – O policial-militar reformado, na forma do item V, só poderá readquirir a situação policial-militar anterior, por outra sentença do Poder Judiciário e nas condições nela estabelecidas, e, na forma do item VI, por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar.
Art. 96 – Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de pessoal da Corporação, organizará a relação dos policiais-militares que houverem atingindo a idade limite de permanência na reserva remunerada, a fim de serem reformados.
Art. 97 – A situação de inatividade do policial-militar da reserva remunerada quando reformado por limite de idade, não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de convocação.
Art. 98 – A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de:
I – ferimento recebido na manutenção da ordem pública ou enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenha sua causa eficiente;
II – acidente em serviço;
III – doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação de causa e efeito a condições inerentes ao serviço;
IV – tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia, maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefopatia grave e outras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;
V – acidente ou doença, moléstia ou enfermidade sem relação de causa e efeito com o serviço.
§ 1º - Os casos de que tratam os itens I, II e III, deste artigo serão provados por atestados de origem ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas de tratamento nas enfermidades e hospitais, e os registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em observações clínicas, acompanhadas

17.8.08

SENADOR EXIGE EXPLICAÇÃO SOBRE TRATADO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS

EXPLICAÇÃO EXIGIDA PELO SENADOR ARTHUR VIGÍLIO A RESPEITO DO TRATADO DA ONU SOBRE DIREITO DOS POVOS INDÍGENAS.

O senador Amazonense Arthur Virgílio preocupado com a possibilidade de as reservas indígenas serem transformadas em países independentes, como prever o documento da declaração aprovado pela ONU com apoio do Brasil, apresentou requerimento solicitando informações ao ministro das relações exteriores, Celso Amorim.

No documento enviado ao Itamaraty cita os riscos de perda de soberania brasileira sobre as áreas das reservas, pois a declaração aprovada confere aos povos indígenas não só autodeterminação, mas também independência política, administrativa e territorial.

O parlamentar questiona também se o ministério das relações exteriores considera a existência dos rumores quanto a uma possível violação do território nacional com perda de parte do Brasil principalmente na Amazônia.

Por fim, o senador perguntou ao ministro Celso Amorim se o Itamaraty adotou alguma medida acautelatória em relação aos riscos apontados, já que a Declaração dos Direitos dos povos Indígenas prevêem que nem mesmo as forças armadas brasileiras poderiam adentrar aos territórios emancipados.

Estudos detalhados concluídos pela loja maçônica Dous de Dezembro, à frente o advogado Celso Serra e a reportagem da Tribuna da Imprensa, denuncia os riscos causados pela posição da delegação brasileira na ONU, que surpreendentemente aceitou todos os termos da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas.

Essa declaração da ONU teve início o seu esboço há 20 anos com o pretexto de defender os direitos humanos dos indígenas, mas pouco a pouco foi sendo direcionada, no final incluiu as verdadeiras pretensões políticas e econômicas dos países que há muito ameaçam a floresta Amazônica, que atualmente ocultam seus interesses sob o manto do meio ambiente.

Enquanto o Brasil votava a favor os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Colômbia se posicionaram contra, defendendo as suas soberanias nacionais sobre suas reservas indígenas.

Segundo o tratado internacional assinado pelo Brasil, os povos indígenas têm direito à autodeterminação, de acordo com a lei internacional. Eles passariam a determinar livremente sua relação com os Estados nos quais vivem, com pleno reconhecimento das suas leis; vetar atividades militares em suas terras, a restituição de territórios ou compensação que hajam sido confiscados, ocupados ou sofrido danos sem o seu informado consentimento, além dos bens minerais existentes.

Também de exigir que os Estados cumpram o tratado e outros acordos e submeter qualquer disputa que possa surgir a instâncias internacionais. Esse dispositivo determina que as decisões do judiciário sejam revistas por tribunais internacionais.

Dos direitos dos indígenas terem livres estruturas políticas, econômicas, sociais, territórios e recursos minerais.
De que o país reconheça a necessidade da desmilitarização das terras e territórios dos povos indígenas.

De vetar as atividades militares e depósito ou armazenamento de materiais em suas terras.

Esse direito a autodeterminação, de acordo com a lei internacional, eles determinam livremente sua relação independente com o Estado (país) nos qual vivem.

Possuir, controlar e usar as terras e territórios reconhecidos como reservas indígenas, tradicionalmente, isto inclui o direito ao reconhecimento das suas próprias leis e instituiçãoes.

As delegações brasileiras que debateram na ONU sobre essa questão, sempre foram contrárias aos termos desse tratado, mas acabaram cedendo sob o argumento de que o acordo não tem efeito impositivo sobre as nações, porém, no Brasil esse efeito existe quando as ONG que atuam dentro das reservas alimenta o pensamento dos índios com uma mentalidade separatista e essa é a maior oportunidade da História para formação de um contexto favorável a um movimento desse tipo no futuro e as reservas romperem de vez com o Estado nacional, apoiadas por algum pais interessado nas nossas riquezas, caso seja ratificado pelo Congresso.

Diante dessa situação gravíssima resta a esperança nas forças armadas brasileira e dar todo o apoio garantindo-lhe o direito pleno de mobilização por todo o território nacional. O horizonte do Brasil não estar, mas tão límpido como antes, uma possibilidade de conflito se aproxima.

9.8.08

DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS

NO DIA 13 DE SETEMBRO DE 2007, O GOVERNO BRASILEIRO, ATRAVÉS DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, CELSO AMORIM, ASSINOU O "TRATADO QUE REGULAMENTA A AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS" NO BRASIL. O PROBLEMA É QUE AS PRERROGATIVAS CONTIDAS NO DOCUMENTO ESTRAPOLAM OS LIMITES DA SOBERANIA NACIONAL DENTRO DAS RESRVAS, SE ESSE TRATADO FOR RATIFICADO PELO CONGRESSO TODAS AS 242 RESERVAS INDÍGENAS DO BRASIL PASSARÃO AUTOMATICAMENTE A SEREM TRATADAS COMO PAISES INDEPENDENTES O QUE REPRESENTAM ATUALMENTE 13% DO TERRITÓRIO NACIONAL. VEJA ABAIXO A INTEGRA DO DOCUMENTO:



DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS.


A Assembléia Geral,
Tomando nota da recomendação que figura na
resolução 1/2 do Conselho dos Direitos Humanos,
de 29 de junho de 2006, na qual o Conselho aprovou
o texto da Declaração das Nações Unidas sobre os
Direitos dos Povos Indígenas,
Recordando sua resolução 61/178, de 20 de
dezembro de 2006, em que decidiu adiar o exame e
a adoção de medidas sobre a Declaração a fim de
dispor de mais tempo para seguir realizando
consultas a respeito, e decidiu também concluir o
exame da Declaração antes de que terminasse o
sexagésimo-primeiro período de sessões,
Aprova a Declaração das Nações Unidas sobre
os Direitos dos Povos Indígenas que figura no anexo
da presente resolução.


Declaração das Nações Unidas
sobre os Direitos dos Povos
Indígenas

NAÇÕES UNIDAS

Rio de Janeiro, 2008
UNIC/ Rio/ 023 - Mar. 2008
107ª Sessão Plenária
13 de setembo de 2007



Anexo
Declaração das Nações Unidas sobre os
Direitos dos Povos Indígenas

A Assembléia Geral,
Guiada pelos propósitos e princípios da Carta das Nações
Unidas e pela boa-fé no cumprimento das obrigações assumidas
pelos Estados de acordo com a Carta,
Afirmando que os povos indígenas são iguais a todos os
demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de
todos os povos a serem diferentes, a se considerarem diferentes
e a serem respeitados como tais,
Afirmando também que todos os povos contribuem para
a diversidade e a riqueza das civilizações e culturas, que
constituem patrimônio comum da humanidade,
Afirmando ainda que todas as doutrinas, políticas e
práticas baseadas na superioridade de determinados povos ou
indivíduos, ou que a defendem alegando razões de origem
nacional ou diferenças raciais, religiosas, étnicas ou culturais,
são racistas, cientificamente falsas, juridicamente inválidas,
moralmente condenáveis e socialmente injustas,
Reafirmando que, no exercício de seus direitos, os povos
indígenas devem ser livres de toda forma de discriminação,
Preocupada com o fato de os povos indígenas terem
sofrido injustiças históricas como resultado, entre outras coisas,
da colonização e da subtração de suas terras, territórios e
recursos, o que lhes tem impedido de exercer, em especial,
seu direito ao desenvolvimento, em conformidade com suas
próprias necessidades e interesses,
Reconhecendo a necessidade urgente de respeitar e
promover os direitos intrínsecos dos povos indígenas, que
derivam de suas estruturas políticas, econômicas e sociais e de
suas culturas, de suas tradições espirituais, de sua história e de
sua concepção da vida, especialmente os direitos às suas terras,
territórios e recursos,
Reconhecendo também a necessidade urgente de
respeitar e promover os direitos dos povos indígenas afirmados
em tratados, acordos e outros arranjos construtivos com os
Estados,
Celebrando o fato de os povos indígenas estarem
organizando-se para promover seu desenvolvimento político,
econômico, social e cultural, e para pôr fim a todas as formas
de discriminação e de opressão, onde quer que ocorram,
Convencida de que o controle, pelos povos indígenas, dos
acontecimentos que os afetam e as suas terras, territórios e
recursos lhes permitirá manter e reforçar suas instituições,
culturas e tradições e promover seu desenvolvimento de acordo
com suas aspirações e necessidades,
Reconhecendo que o respeito aos conhecimentos, às
culturas e às práticas tradicionais indígenas contribui para o
desenvolvimento sustentável e eqüitativo e para a gestão
adequada do meio ambiente,
Enfatizando a contribuição da desmilitarização das terras
e territórios dos povos indígenas para a paz, o progresso e o
desenvolvimento econômico e social, a compreensão e as
relações de amizade entre as nações e os povos do mundo,
Reconhecendo, em particular, o direito das famílias e
comunidades indígenas a continuarem compartilhando a
responsabilidade pela formação, a educação e o bem-estar
dos seus filhos, em conformidade com os direitos da criança,
5 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 6
Considerando que os direitos afirmados nos tratados,
acordos e outros arranjos construtivos entre os Estados e os
povos indígenas são, em algumas situações, assuntos de
preocupação, interesse e responsabilidade internacional, e têm
caráter internacional,
Considerando também que os tratados, acordos e
demais arranjos construtivos, e as relações que estes
representam, servem de base para o fortalecimento da
associação entre os povos indígenas e os Estados,
Reconhecendo que a Carta das Nações Unidas, o Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais1 e o
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos1, assim como a
Declaração e o Programa de Ação de Viena2 afirmam a
importância fundamental do direito de todos os povos à
autodeterminação, em virtude do qual estes determinam
livremente sua condição política e buscam livremente seu
desenvolvimento econômico, social e cultural,
Tendo em mente que nada do disposto na presente
Declaração poderá ser utilizado para negar a povo algum seu
direito à autodeterminação, exercido em conformidade com o
direito internacional,
Convencida de que o reconhecimento dos direitos dos
povos indígenas na presente Declaração fomentará relações
harmoniosas e de cooperação entre os Estados e os povos
indígenas, baseadas nos princípios da justiça, da democracia,
do respeito aos direitos humanos, da não-discriminação e da
boa-fé,
Incentivando os Estados a cumprirem e aplicarem
eficazmente todas as suas obrigações para com os povos
indígenas resultantes dos instrumentos internacionais, em
particular as relativas aos direitos humanos, em consulta e
cooperação com os povos interessados,
Enfatizando que corresponde às Nações Unidas
desempenhar um papel importante e contínuo de promoção e
proteção dos direitos dos povos indígenas,
Considerando que a presente Declaração constitui um
novo passo importante para o reconhecimento, a promoção e
a proteção dos direitos e das liberdades dos povos indígenas e
para o desenvolvimento de atividades pertinentes ao sistema
das Nações Unidas nessa área,
Reconhecendo e reafirmando que os indivíduos indígenas
têm direito, sem discriminação, a todos os direitos humanos
reconhecidos no direito internacional, e que os povos indígenas
possuem direitos coletivos que são indispensáveis para sua
existência, bem-estar e desenvolvimento integral como povos,
Reconhecendo também que a situação dos povos
indígenas varia conforme as regiões e os países e que se deve
levar em conta o significado das particularidades nacionais e
regionais e das diversas tradições históricas e culturais,
Proclama solenemente a Declaração das Nações Unidas
sobre os Direitos dos Povos Indígenas, cujo texto figura à
continuação, como ideal comum que deve ser perseguido em
um espírito de solidariedade e de respeito mútuo:



Artigo 1
Os indígenas têm direito, a título coletivo ou individual, ao
pleno desfrute de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e o direito
internacional dos direitos humanos.


Artigo 2
Os povos e pessoas indígenas são livres e iguais a todos
os demais povos e indivíduos e têm o direito de não serem
submetidos a nenhuma forma de discriminação no exercício
de seus direitos, que esteja fundada, em particular, em sua
origem ou identidade indígena.


Artigo 3
Os povos indígenas têm direito à autodeterminação. Em
virtude desse direito determinam livremente sua condição
política e buscam livremente seu desenvolvimento econômico,
social e cultural.


Artigo 4
Os povos indígenas, no exercício do seu direito à
autodeterminação, têm direito à autonomia ou ao autogoverno
nas questões relacionadas a seus assuntos internos e locais,
assim como a disporem dos meios para financiar suas funções
autônomas.


Artigo 5
Os povos indígenas têm o direito de conservar e reforçar
suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais
e culturais, mantendo ao mesmo tempo seu direito de participar
plenamente, caso o desejem, da vida política, econômica, social
e cultural do Estado.


Artigo 6
Todo indígena tem direito a uma nacionalidade.


Artigo 7
1. Os indígenas têm direito à vida, à integridade física e
mental, à liberdade e à segurança pessoal.
2. Os povos indígenas têm o direito coletivo de viver em
liberdade, paz e segurança, como povos distintos, e não serão
submetidos a qualquer ato de genocídio ou a qualquer outro ato
de violência, incluída a transferência forçada de crianças do grupo
para outro grupo.


Artigo 8
1. Os povos e pessoas indígenas têm direito a não sofrer
assimilação forçada ou a destruição de sua cultura.
2. Os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para
a prevenção e a reparação de:
a) Todo ato que tenha por objetivo ou conseqüência privar
os povos e as pessoas indígenas de sua integridade como povos
distintos, ou de seus valores culturais ou de sua identidade étnica;
b) Todo ato que tenha por objetivo ou conseqüência
subtrair-lhes suas terras, territórios ou recursos.
c) Toda forma de transferência forçada de população que
tenha por objetivo ou conseqüência a violação ou a diminuição
de qualquer dos seus direitos.
d) Toda forma de assimilação ou integração forçadas.
e) Toda forma de propaganda que tenha por finalidade
promover ou incitar a discriminação racial ou étnica dirigida
contra eles.


Artigo 9
Os povos e pessoas indígenas têm o direito de
pertencerem a uma comunidade ou nação indígena, em
conformidade com as tradições e costumes da comunidade
ou nação em questão. Nenhum tipo de discriminação poderá
resultar do exercício desse direito.



Artigo 10
Os povos indígenas não serão removidos à força de suas
terras ou territórios. Nenhum traslado se realizará sem o
consentimento livre, prévio e informado dos povos indígenas
interessados e sem um acordo prévio sobre uma indenização
justa e eqüitativa e, sempre que possível, com a opção do
regresso.


Artigo 11
1. Os povos indígenas têm o direito de praticar e revitalizar
suas tradições e costumes culturais. Isso inclui o direito de
manter, proteger e desenvolver as manifestações passadas,
presentes e futuras de suas culturas, tais como sítios
arqueológicos e históricos, utensílios, desenhos, cerimônias,
tecnologias, artes visuais e interpretativas e literaturas.
2. Os Estados proporcionarão reparação por meio de
mecanismos eficazes, que poderão incluir a restituição,
estabelecidos conjuntamente com os povos indígenas, em
relação aos bens culturais, intelectuais, religiosos e espirituais
de que tenham sido privados sem o seu consentimento livre,
prévio e informado, ou em violação às suas leis, tradições e
costumes.


Artigo 12
1. Os povos indígenas têm o direito de manifestar, praticar,
desenvolver e ensinar suas tradições, costumes e cerimônias
espirituais e religiosas; de manter e proteger seus lugares
religiosos e culturais e de ter acesso a estes de forma privada;
de utilizar e dispor de seus objetos de culto e de obter a
repatriação de seus restos humanos.
2. Os Estados procurarão facilitar o acesso e/ou a repatriação
de objetos de culto e restos humanos que possuam, mediante
mecanismos justos, transparentes e eficazes, estabelecidos
conjuntamente com os povos indígenas interessados.


Artigo 13
1. Os povos indígenas têm o direito de revitalizar, utilizar,
desenvolver e transmitir às gerações futuras suas histórias,
idiomas, tradições orais, filosofias, sistemas de escrita e
literaturas, e de atribuir nomes às suas comunidades, lugares e
pessoas e de mantê-los.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes para garantir a
proteção desse direito e também para assegurar que os povos
indígenas possam entender e ser entendidos em atos políticos,
jurídicos e administrativos, proporcionando para isso, quando
necessário, serviços de interpretação ou outros meios
adequados.


Artigo 14
1. Os povos indígenas têm o direito de estabelecer e
controlar seus sistemas e instituições educativos, que ofereçam
educação em seus próprios idiomas, em consonância com seus
métodos culturais de ensino e de aprendizagem.
2. Os indígenas, em particular as crianças, têm direito a
todos os níveis e formas de educação do Estado, sem
discriminação.
3. Os Estados adotarão medidas eficazes, junto com os
povos indígenas, para que os indígenas, em particular as
crianças, inclusive as que vivem fora de suas comunidades,
tenham acesso, quando possível, à educação em sua própria
cultura e em seu próprio idioma.


Artigo 15
1. Os povos indígenas têm direito a que a dignidade e a
diversidade de suas culturas, tradições, histórias e aspirações
sejam devidamente refletidas na educação pública e nos meios
de informação públicos.
11 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 12
2. Os Estados adotarão medidas eficazes, em consulta e
cooperação com os povos indígenas interessados, para
combater o preconceito e eliminar a discriminação, e para
promover a tolerância, a compreensão e as boas relações entre
os povos indígenas e todos os demais setores da sociedade.


Artigo 16
1. Os povos indígenas têm o direito de estabelecer seus
próprios meios de informação, em seus próprios idiomas, e de
ter acesso a todos os demais meios de informação nãoindígenas,
sem qualquer discriminação.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes para assegurar
que os meios de informação públicos reflitam adequadamente
a diversidade cultural indígena. Os Estados, sem prejuízo da
obrigação de assegurar plenamente a liberdade de expressão,
deverão incentivar os meios de comunicação privados a
refletirem adequadamente a diversidade cultural indígena.


Artigo 17
1. Os indivíduos e povos indígenas têm o direito de
desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no
direito trabalhista internacional e nacional aplicável.
2. Os Estados, em consulta e cooperação com os povos
indígenas, adotarão medidas específicas para proteger as
crianças indígenas contra a exploração econômica e contra todo
trabalho que possa ser perigoso ou interferir na educação da
criança, ou que possa ser prejudicial à saúde ou ao
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social da
criança, tendo em conta sua especial vulnerabilidade e a
importância da educação para o pleno exercício dos seus
direitos.
3. As pessoas indígenas têm o direito de não serem
submetidas a condições discriminatórias de trabalho,
especialmente em matéria de emprego ou de remuneração.


Artigo 18
Os povos indígenas têm o direito de participar da tomada
de decisões sobre questões que afetem seus direitos, por meio
de representantes por eles eleitos de acordo com seus próprios
procedimentos, assim como de manter e desenvolver suas
próprias instituições de tomada de decisões.


Artigo 19
Os Estados consultarão e cooperarão de boa-fé com os
povos indígenas interessados, por meio de suas instituições
representativas, a fim de obter seu consentimento livre, prévio e
informado antes de adotar e aplicar medidas legislativas e
administrativas que os afetem.


Artigo 20
1. Os povos indígenas têm o direito de manter e desenvolver
seus sistemas ou instituições políticas, econômicas e sociais, de
que lhes seja assegurado o desfrute de seus próprios meios de
subsistência e desenvolvimento e de dedicar-se livremente a
todas as suas atividades econômicas, tradicionais e de outro tipo.
2. Os povos indígenas privados de seus meios de
subsistência e desenvolvimento têm direito a uma reparação justa
e eqüitativa.


Artigo 21
1. Os povos indígenas têm direito, sem qualquer
discriminação, à melhora de suas condições econômicas e
sociais, especialmente nas áreas da educação, emprego,
capacitação e reconversão profissionais, habitação, saneamento,
saúde e seguridade social.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes e, quando
couber, medidas especiais para assegurar a melhora contínua
das condições econômicas e sociais dos povos indígenas.
Particular atenção será prestada aos direitos e às necessidades
especiais de idosos, mulheres, jovens, crianças e portadores
de deficiência indígenas.


Artigo 22
1. Particular atenção será prestada aos direitos e às
necessidades especiais de idosos, mulheres, jovens, crianças
e portadores de deficiência indígenas na aplicação da presente
Declaração.
2. Os Estados adotarão medidas, junto com os povos
indígenas, para assegurar que as mulheres e as crianças
indígenas desfrutem de proteção e de garantias plenas contra
todas as formas de violência e de discriminação.


Artigo 23
Os povos indígenas têm o direito de determinar e elaborar
prioridades e estratégias para o exercício do seu direito ao
desenvolvimento. Em especial, os povos indígenas têm o direito
de participar ativamente da elaboração e da determinação dos
programas de saúde, habitação e demais programas
econômicos e sociais que lhes afetem e, na medida do possível,
de administrar esses programas por meio de suas próprias
instituições.


Artigo 24
1. Os povos indígenas têm direito a seus medicamentos
tradicionais e a manter suas práticas de saúde, incluindo a
conservação de suas plantas, animais e minerais de interesse
vital do ponto de vista médico. As pessoas indígenas têm
também direito ao acesso, sem qualquer discriminação, a todos
os serviços sociais e de saúde.
2. Os indígenas têm o direito de usufruir, por igual, do
mais alto nível possível de saúde física e mental. Os Estados
tomarão as medidas que forem necessárias para alcançar
progressivamente a plena realização deste direito.


Artigo 25
Os povos indígenas têm o direito de manter e de fortalecer
sua própria relação espiritual com as terras, territórios, águas,
mares costeiros e outros recursos que tradicionalmente
possuam ou ocupem e utilizem, e de assumir as
responsabilidades que a esse respeito incorrem em relação às
gerações futuras.


Artigo 26
1. Os povos indígenas têm direito às terras, territórios e
recursos que possuem e ocupam tradicionalmente ou que
tenham de outra forma utilizado ou adquirido.
2. Os povos indígenas têm o direito de possuir, utilizar,
desenvolver e controlar as terras, territórios e recursos que
possuem em razão da propriedade tradicional ou de outra forma
tradicional de ocupação ou de utilização, assim como aqueles
que de outra forma tenham adquirido.
3. Os Estados assegurarão reconhecimento e proteção
jurídicos a essas terras, territórios e recursos. Tal reconhecimento
respeitará adequadamente os costumes, as tradições e os
regimes de posse da terra dos povos indígenas a que se refiram.


Artigo 27
Os Estados estabelecerão e aplicarão, em conjunto com
os povos indígenas interessados, um processo eqüitativo,
independente, imparcial, aberto e transparente, no qual sejam
devidamente reconhecidas as leis, tradições, costumes e
regimes de posse da terra dos povos indígenas, para
reconhecer e adjudicar os direitos dos povos indígenas sobre
suas terras, territórios e recursos, compreendidos aqueles que
15 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 16
tradicionalmente possuem, ocupam ou de outra forma utilizem.
Os povos indígenas terão direito de participar desse processo.


Artigo 28
1. Os povos indígenas têm direito à reparação, por meios
que podem incluir a restituição ou, quando isso não for possível,
uma indenização justa, imparcial e eqüitativa, pelas terras,
territórios e recursos que possuíam tradicionalmente ou de outra
forma ocupavam ou utilizavam, e que tenham sido confiscados,
tomados, ocupados, utilizados ou danificados sem seu
consentimento livre, prévio e informado.
2. Salvo se de outro modo livremente decidido pelos povos
interessados, a indenização se fará sob a forma de terras,
territórios e recursos de igual qualidade, extensão e condição
jurídica, ou de uma indenização pecuniária ou de qualquer outra
reparação adequada.


Artigo 29
1. Os povos indígenas têm direito à conservação e à
proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas
terras ou territórios e recursos. Os Estados deverão estabelecer
e executar programas de assistência aos povos indígenas para
assegurar essa conservação e proteção, sem qualquer
discriminação.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes para garantir
que não se armazenem, nem se eliminem materiais perigosos
nas terras ou territórios dos povos indígenas, sem seu
consentimento livre, prévio e informado.
3. Os Estados também adotarão medidas eficazes para
garantir, conforme seja necessário, que programas de vigilância,
manutenção e restabelecimento da saúde dos povos indígenas
afetados por esses materiais, elaborados e executados por esses
povos, sejam devidamente aplicados.


Artigo 30
1. Não se desenvolverão atividades militares nas terras ou
territórios dos povos indígenas, a menos que essas atividades
sejam justificadas por um interesse público pertinente ou
livremente decididas com os povos indígenas interessados, ou
por estes solicitadas.
2. Os Estados realizarão consultas eficazes com os povos
indígenas interessados, por meio de procedimentos apropriados
e, em particular, por intermédio de suas instituições
representativas, antes de utilizar suas terras ou territórios para
atividades militares.


Artigo 31
1. Os povos indígenas têm o direito de manter, controlar,
proteger e desenvolver seu patrimônio cultural, seus
conhecimentos tradicionais, suas expressões culturais
tradicionais e as manifestações de suas ciências, tecnologias e
culturas, compreendidos os recursos humanos e genéticos, as
sementes, os medicamentos, o conhecimento das propriedades
da fauna e da flora, as tradições orais, as literaturas, os
desenhos, os esportes e jogos tradicionais e as artes visuais e
interpretativas. Também têm o direito de manter, controlar,
proteger e desenvolver sua propriedade intelectual sobre o
mencionado patrimônio cultural, seus conhecimentos
tradicionais e suas expressões culturais tradicionais.
2. Em conjunto com os povos indígenas, os Estados adotarão
medidas eficazes para reconhecer e proteger o exercício desses
direitos.


Artigo 32
1. Os povos indígenas têm o direito de determinar e de
elaborar as prioridades e estratégias para o desenvolvimento
ou a utilização de suas terras ou territórios e outros recursos.
17 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 18
2. Os Estados celebrarão consultas e cooperarão de boafé
com os povos indígenas interessados, por meio de suas
próprias instituições representativas, a fim de obter seu
consentimento livre e informado antes de aprovar qualquer
projeto que afete suas terras ou territórios e outros recursos,
particularmente em relação ao desenvolvimento, à utilização
ou à exploração de recursos minerais, hídricos ou de outro tipo.
3. Os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para
a reparação justa e eqüitativa dessas atividades, e serão
adotadas medidas apropriadas para mitigar suas conseqüências
nocivas nos planos ambiental, econômico, social, cultural ou
espiritual.


Artigo 33
1. Os povos indígenas têm o direito de determinar sua
própria identidade ou composição conforme seus costumes e
tradições. Isso não prejudica o direito dos indígenas de obterem
a cidadania dos Estados onde vivem.
2. Os povos indígenas têm o direito de determinar as
estruturas e de eleger a composição de suas instituições em
conformidade com seus próprios procedimentos.


Artigo 34
Os povos indígenas têm o direito de promover,
desenvolver e manter suas estruturas institucionais e seus
próprios costumes, espiritualidade, tradições, procedimentos,
práticas e, quando existam, costumes ou sistema jurídicos, em
conformidade com as normas internacionais de direitos
humanos.


Artigo 35
Os povos indígenas têm o direito de determinar as
responsabilidades dos indivíduos para com suas comunidades.


Artigo 36
1. Os povos indígenas, em particular os que estão divididos
por fronteiras internacionais, têm o direito de manter e
desenvolver contatos, relações e cooperação, incluindo
atividades de caráter espiritual, cultural, político, econômico e
social, com seus próprios membros, assim como com outros
povos através das fronteiras.
2. Os Estados, em consulta e cooperação com os povos
indígenas, adotarão medidas eficazes para facilitar o exercício
e garantir a aplicação desse direito.


Artigo 37
1. Os povos indígenas têm o direito de que os tratados,
acordos e outros arranjos construtivos concluídos com os
Estados ou seus sucessores sejam reconhecidos, observados
e aplicados e de que os Estados honrem e respeitem esses
tratados, acordos e outros arranjos construtivos.
2. Nada do disposto na presente Declaração será
interpretado de forma a diminuir ou suprimir os direitos dos
povos indígenas que figurem em tratados, acordos e outros
arranjos construtivos.


Artigo 38
Os Estados, em consulta e cooperação com os povos
indígenas, adotarão as medidas apropriadas, incluídas medidas
legislativas, para alcançar os fins da presente Declaração.


Artigo 39
Os povos indígenas têm direito a assistência financeira e
técnica dos Estados e por meio da cooperação internacional
para o desfrute dos direitos enunciados na presente Declaração.
19 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas


Artigo 40
Os povos indígenas têm direito a procedimentos justos e
eqüitativos para a solução de controvérsias com os Estados ou
outras partes e a uma decisão rápida sobre essas controvérsias,
assim como a recursos eficazes contra toda violação de seus
direitos individuais e coletivos. Essas decisões tomarão
devidamente em consideração os costumes, as tradições, as
normas e os sistemas jurídicos dos povos indígenas interessados
e as normas internacionais de direitos humanos.


Artigo 41
Os órgãos e organismos especializados do sistema das
Nações Unidas e outras organizações intergovernamentais
contribuirão para a plena realização das disposições da presente
Declaração mediante a mobilização, especialmente, da
cooperação financeira e da assistência técnica. Serão
estabelecidos os meios para assegurar a participação dos
povos indígenas em relação aos assuntos que lhes afetem.


Artigo 42
As Nações Unidas, seus órgãos, incluindo o Fórum
Permanente sobre Questões Indígenas, e organismos
especializados, particularmente em nível local, bem como os
Estados, promoverão o respeito e a plena aplicação das
disposições da presente Declaração e zelarão pela eficácia da
presente Declaração.


Artigo 43
Os direitos reconhecidos na presente Declaração
constituem as normas mínimas para a sobrevivência, a
dignidade e o bem-estar dos povos indígenas do mundo.


Artigo 44
Todos os direitos e as liberdades reconhecidos
na presente Declaração são garantidos igualmente para o
homem e a mulher indígenas.


Artigo 45
Nada do disposto na presente Declaração será
interpretado no sentido de reduzir ou suprimir os direitos que os
povos indígenas têm na atualidade ou possam adquirir no futuro.


Artigo 46
1. Nada do disposto na presente Declaração será
interpretado no sentido de conferir a um Estado, povo, grupo
ou pessoa qualquer direito de participar de uma atividade ou
de realizar um ato contrário à Carta das Nações Unidas ou será
entendido no sentido de autorizar ou de fomentar qualquer ação
direcionada a desmembrar ou a reduzir, total ou parcialmente,
a integridade territorial ou a unidade política de Estados
soberanos e independentes.
2. No exercício dos direitos enunciados na presente
Declaração, serão respeitados os diretos humanos e as
liberdades fundamentais de todos. O exercício dos direitos
estabelecidos na presente Declaração estará sujeito
exclusivamente às limitações previstas em lei e em
conformidade com as obrigações internacionais em matéria
de direitos humanos. Essas limitações não serão
discriminatórias e serão somente aquelas estritamente
necessárias para garantir o reconhecimento e o respeito devidos
aos direitos e às liberdades dos demais e para satisfazer as
justas e mais urgentes necessidades de uma sociedade
democrática.
3. As disposições enunciadas na presente
Declaração serão interpretadas em conformidade com os
princípios da justiça, da democracia, do respeito aos
direitos humanos, da igualdade, da não-discriminação, da
boa governança e da boa-fé.
* *** *
1 Ver a resolução 2200 A (XXI), anexo.
2 A/CONF.157/24 (Parte I), cap. III.
3 Resolução 217 A (III).
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